terça-feira, 25 de junho de 2024

O Açougueiro da Ferrovia

 Em 1994, ano em que o Brasil testemunhou vários acontecimentos hisóricos: a morte de um de seus mais notórios heróis, o piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna; o tetracampeonato na Copa do Mundo; a criação do Real. Talvez, por causa de todos esses acontecimentos, as ações do famigerado Açougueiro da Ferrovia tenha passado incólume.

Entre janeiro e setembro de 1994, três crianças foram encontradas mortas nas proximidades da Linha Férrea do Rio de Janeiro, na época administrada pela CBTU. A causa de todas as mortes foi constatado como sendo por envenenamento. Após suas mortes, partes dos corpos (dedos, orelhas) foram cortadas com um objeto afiado, que se apurou posteriormente sendo um bisturi, e levados pelo assassino.

Os corpos foram encontrados em abril, junho e agosto de 1994. Com a confirmação da ação de um assassino em série, o hoje extinto BPFer (Batalhão de Polícia Ferroviária) recebeu reforços de policiais de outros batalhões com o objetivo de aumentar a vigilância em todo o perímetro dos trilhos do Ramal de Japeri, entre as estações de Praça da Bandeira e de Deodoro.

Entretanto, foi em outubro, durante uma patrulha rotineira de policiais que não pertenciam a esse batalhão que o Açougueiro foi preso. Policiais em patrulha desconfiaram de uma kombi parada nas proximidades de um acesso indevido feito em um muro nas proximidades da estação desativada de Todos os Santos. Ao abordarem o veículo, o motorista fugiu, sendo perseguido por um dos policiais. O outro, ao realizar a revista no veículo encontrou fotos polaroids das crianças mortas, panos com marcas de sangue, um estojo contendo bisturis e um vidro com um medicamento não identificado.

A kombi estava em propriedade de uma produtora de vídeos, a Mendacius. Policiais foram ao local e identificaram o criminoso em meio ao registro dos funcionários. Para a supresa de todos, o assassino era Mordecai Mantah, um dos criadores e principais animadores do desenho infantil Lili e Pimpinela, transmitido pela extinta TV Prisma.

Mordecai foi preso em sua residência e policiais tiveram que impedir que populares invadissem a delegacia onde ele permaneceu sob custódia para linchá-lo.

Infelizmente, Mordecai não chegou a ser julgado. Enquanto aguardava julgamento, ele foi morto por um outro interno da penitenciária em um caso não totalmente elucidado. Alguns relatos indicam que se tratou de uma desavença que terminou em morte. Outros aventaram a hipótese de um crime encomendado por parentes das vítimas ou por outras pessoas com interesses escusos. Fato é que o autor do assassinato de Mordecai acabou falecendo pouco depois devido a um aneurisma cerebral já anteriormente diagnosticado.

Muitas questões não foram respondidas com a morte do Açougueiro.


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